sexta-feira, 2 de novembro de 2012

AUTOESTIMA: CHAVE DO SUCESSO E AUTO REALIZAÇÃO




Maria de Lourdes Cysneiros de Morais
INTRODUÇÃO
 Este artigo tem por objetivo estabelecer as bases conceituais da formação do Autoconceito e da Autoestima, “ingredientes” em escassez na nossa vida cotidiana, onde tantos fatores externos se conjugam no sentido de minimizar nossa crença de possível auto-realização. Não são poucos os momentos em que sucumbimos diante dos obstáculos que a vida nos impõe. Não são raros os instantes em que chegamos a duvidar do nosso potencial em superar dificuldades. Poucos são os que, de forma consciente e tenaz, são capazes de cantar, junto com o poeta – “levanta / sacode a poeira/ e dá a volta por cima...” Neste contexto, consideramos fundamental uma reflexão sobre este tema, para a compreensão de diferencial que o autoconceito e a auto-estima pode fazer em nossa maneira de ver, sentir e agir diante dos desafios naturais que estão presentes em nosso dia-a-dia de eternos caminheiros, expostos ao mundo, estória a fazer...
        
Palavras-Chaves: Autoconceito, Autoestima, Auto-Imagens, Identidades, Programação Neurolinguística, Psicanálise.


 ENTENDENDO O AUTOCONCEITO
 Segundo Branden (2001, p.15), “o nosso autoconceito é composto pelo que nós próprios achamos que somos, como as nossas características físicas e psicológicas, nossos pontos positivos e negativos e, acima de tudo, nossa autoestima”.

Salvador (2000) destaca que a noção de autoconceito, definida por William James (1890-1963), aparece, atualmente, como um construto fundamental na explicação das características individuais. Atualmente, a maioria dos autores define o autoconceito como um conjunto amplo de representações – imagens, juízos, conceitos que as pessoas têm de si mesmo. (EPSTEIN, 1981, apud SALVADOR, 2000, p.96)

Outras definições enfatizam, também, o fato de que o autoconceito, como estruturas ou esquemas de conhecimento sobre o eu, organiza as interpretações pessoais sobre a própria experiência e dirige o comportamento da pessoa (MARKUS e WURF, 1987, apud SALVADOR, 2000, p. 96).

Já Barros (1987, p.151) “considera o autoconceito como a avaliação que o indivíduo faz de si mesmo, segundo atitudes que ele formou através de suas experiências”. Todas as atitudes são importantes na determinação do comportamento, mas as que a pessoa formou com relação a si mesma são as mais poderosas.

 Em Sacconi (1996), conceito é sinônimo de “tudo o que o espírito concebe ou entende; noção; idéia; opinião; reputação; fama”, logo, partindo dessas conotações sobre o termo conceito, infere-se que autoconceito é esse conjunto de idéias e opiniões que cada sujeito faz a respeito de si mesmo, resultando na percepção que ele constrói a respeito da sua reputação ou da sua fama diante de si, do mundo e dos outros.
Voltando a Salvador (2000), destaca-se:

O autoconceito engloba representações sobre as diferentes dimensões da pessoa. Entre as mais destacadas por diversos autores que trabalham nessa temática são a aparência e as habilidades físicas, aquelas relativas às relações interpessoais – pais, pessoas do sexo oposto, etc - a habilidade cognitiva geral, a estabilidade emocional, a criatividade, a honestidade. Outra das dimensões que comumente se tende a incluir no autoconceito é a percepção de competência ou de auto-eficácia (p.96).

O papel que o autoconceito desempenha no comportamento do individuo é muito forte, tendo em vista que a interação dos diferentes fatores contribui, de forma a beneficiar ou comprometer, a sua formação e desenvolvimento e, conseqüentemente, todo o desenvolvimento e comportamento pessoal e social.

A FORMAÇÃO DO AUTOCONCEITO
Do ponto de vista histórico, a investigação no domínio do autoconceito foi, na maioria das vezes, levada a efeito por filósofos, teólogos ou outros profissionais, sendo apenas por volta dos anos quarenta que este conceito começa a causar algum interesse para o estudo cientifico nos domínios da psicologia, no período compreendido entre 1890 a 1940.

A formação do autoconceito é um processo lento, que se desenvolve a partir das experiências pessoais da criança e da relação dos outros ao seu comportamento inicial. A maneira como os outros reagem ao seu comportamento, aprovando-o ou desaprovando-o, determina o tipo de autoconceito que a criança desenvolverá (BARROS, 1987, p.151).

 Segundo Barros (1987), as pessoas que afetam o tipo de autoconceito que a criança desenvolve são, geralmente, os adultos significativos, importantes em sua vida: os pais, os professores e outros adultos em posição de autoridade e que, por isso, exercem controle sobre a criança e cujas opiniões ela respeita. O estudo sobre este tema tem despertado o interesse de autores de diferentes concepções teóricas.

 A FORMAÇÃO DO AUTOCONCEITO SEGUNDO A PROGRAMAÇÃO NEUROLINGUÍSTICA.
Para os teóricos da Programação Neurolinguística, adeptos de um processo de “modelagem”, o foco está no modo como estruturamos nossa experiência subjetiva – como pensamos sobre nossos valores e crenças e como criamos nossos estados emocionais – e como construímos nosso mundo interno a partir de nossa experiência e lhe damos significado (O´CONNOR, 2003, p.1). 

Moysés (2001, p.50), representando essa abordagem, “parte do princípio de que nós somos o que acreditamos que somos”. Segundo ele, desde o nascimento, vamos armazenando todo tipo de informações e sempre que as recebemos, nós nos programamos. 

As informações recebidas do mundo exterior são captadas e armazenadas em nossa mente. A religião, os valores, as crenças, a cultura, as experiências, os comentários, etc. são informações que vão gerar nossos programas. Os programas internos vão sendo formados e afetarão nosso comportamento (MOYSÉS 2001, p.52).

Nesse sentido, Moysés (2001, P.57), destaca a importância do conhecimento desse processo que ocorre em nossa formação para que possamos lidar melhor conosco. Diz ele: “Ao longo da vida, além dessas informações, vivemos situações e experiências que nos trouxeram lições. Mais informações guardadas”. É esse conjunto de informações que brotam dos comentários de pessoas significativas e das nossas próprias vivências que vão sendo registradas e armazenadas, criando crenças e valores a nosso respeito. 

Essas crenças e valores vão criando um mapa mental do nosso mundo, ou seja, como pensamos que o mundo seja. O mundo (a realidade), para nós, é o que está em nosso mapa mental. O mundo exterior é reflexo do que somos interiormente (MOYSÉS 2001, p.58) 

Por outro lado, Barros (1987) exemplifica esse processo quando sinaliza: 

Se a mãe, ao ensinar a criança pequena, irrita-se com ela, castigando-a por seus erros ou rejeitando-a, acentuam-se seus aspectos maus e a criança acaba tomando consciência de que é, realmente, má. A criança censurada pela professora por falta de inteligência começa a sentir-se incapaz de aprender, mesmo que tente. Se seus pais insistem em que ela é um fracasso, provavelmente incorporará essa idéia em seu autoconceito (p.151) 

 Um estudo que tenha por referência a Programação Neurolinguística (PLN) vai analisar o autoconceito a partir das três áreas que a estruturam (O´CONNOR, 2003, p.2):
  • Programação: como sequenciamos nossas ações para alcançarmos metas;
  • Neurologia: A mente e como pensamos;
  • Lingüística: Como usamos a linguagem e como ela nos afeta.
Boa parte das obras dedicadas ao estudo do Autoconceito e da Auto-Estima tem usado esse referencial como base de suas proposições. Os livros de Auto-Ajuda seguem essa metodologia, que privilegia a influência da linguagem sobre a nossa mente e nossos comportamentos subseqüentes e acredita que é possível uma reprogramação dos esquemas mentais, a partir de novos condicionamentos e da modelagem.
       
A FORMAÇÃO DO AUTOCONCEITO SEGUNDO A PSICANÁLISE.
A Psicanálise já trazia, em seu corpo referencial, a idéia de que o ego se forma a partir das identificações.
Por identificações, Freud define o processo pelo qual um sujeito assimila alguma característica do outro, transformando-se a partir daí. A constituição do sujeito depende das mesmas, uma vez que seu ego é um composto de muitas identificações realizadas desde a infância por ele (KAHHALE, 2002, p. 143).

Considerando a contribuição da Psicanálise, a questão do autoconceito passa a ter uma dimensão muito mais séria no processo da construção da subjetividade, não sendo tão facilmente reversível, como propõe a Programação Neurolinguística – quando comprometido em sua formação, demanda um trabalho de maior profundidade para que se tenha acesso às lembranças inconscientes que se expressam sob a forma de sintomas de insegurança, ansiedade, baixo nível de funcionamento pessoal.

Diante de sentimentos de inadequação, o sujeito internaliza características de alguém valorizado, passando a sentir-se como ele. A identificação é um processo necessário no início da vida, quando a criança está assimilando o mundo. Mas permanecer em identificações impede a aquisição de uma identidade própria. (RAPPAPORT, 1981, p.32).

 A identificação, para a Psicanálise, é um dos métodos pelos quais o indivíduo aprende a vencer suas frustrações, conflitos ou angústias. 

A identificação é, também, um método pelo qual a pessoa recupera um objeto perdido. [...] Crianças rejeitadas pelos pais tendem a criar, em relação aos mesmos, fortes identificações na expectativa de reconquistar o amor perdido. A criança identifica-se com as proibições dos pais para evitar a punição. (HALL-LINDZEY, 1984,p.37).

Desta forma, a estrutura final da personalidade representa a acumulação de numerosas internalizações de imagens, mensagens, ações e reações, em sua maior parte inconsciente, que vão resultar na representação do autoconceito do indivíduo.  

 A EVOLUÇÃO DO AUTOCONCEITO
Do ponto de vista da evolução, o autoconceito distingue-se a partir de um conjunto de mudanças muito importantes para nossa vida, cujo ponto de origem se situa na infância, quando as percepções das crianças sobre si próprias centram-se nos aspectos concretos. A qualidade no tratamento que se recebe por parte da família é um determinante na construção do autoconceito.

Todas essas funções começam a se processar quando a criança se relaciona com o mundo externo, isto é, com pessoas ou situações sociais. Com a continuação do contato e com o passar do tempo, esse processo, que era interpessoal, passa a ser internalizado, tornando-se intrapessoal (VYGOTSKY, 1984, apud, MOYSES, 2001 p.19).

As relações que as crianças vão estabelecendo com as pessoas que estão ao seu redor, inicialmente, ocorrem por meio de linguagem “não-verbal”. É muito comum que os adultos reajam aos comportamentos das crianças, ora através de incentivos ou, quando elas fazem alguma coisa errada, por meio de repressões. Após algum tempo e com a repetição desses comportamentos, as crianças vão internalizando essas mensagens em sua própria estrutura cognitiva, tornando-as pessoal. 

 Segundo Moysés (2001, p.20), “cada criança traz as marcas da sua individualidade. A internalização se fará de acordo com tais marcas e o resultado final será representado por pessoas e circunstâncias que a cercam, somando-se ao individual”. 

No inicio da escolaridade, os alunos vão percebendo suas próprias habilidades, sobretudo, as relacionadas com o seu rendimento escolar, já que esse rendimento se reflete, de maneira clara, no seu autoconceito. À medida que o aluno avança na sua escolaridade, torna-se mais realista e acaba percebendo suas próprias habilidades e competências.

 Nesse sentido, as pessoas vão internalizando percepções a partir das quais elabora uma determinada imagem de si mesma e valoriza, de uma maneira ou de outra, sua própria imagem, acreditando ou não em seus talentos e em suas competências.

AUTOCONCEITO REAL X AUTOCONCEITO IDEAL
O autoconceito real corresponde à maneira como um indivíduo se considera, percebe-se e avalia-se, tal como é, na realidade. É a dimensão consciente da nossa auto-percepção – a que está baseada na análise das nossas realizações efetivas e concretas, da real estimativa das próprias possibilidades e da auto-avaliação do desempenho, nas múltiplas atividades e papéis desempenhados ao longo da vida. Corresponde à percepção do que o indivíduo consegue ser, fruto de um dado realístico de auto-observação. Segundo Salvador (2000):

Considerar o autoconceito real, apenas, é definir um caráter estático ao autoconceito. Por isso, a importância dos estudos sobre as identidades visto que, através do interjogo entre os possíveis eu pode-se definir um papel importante na motivação das pessoas, por estar implicado na realização de diferentes aprendizagens e tarefas (p.97).

 O autoconceito ideal, por outro lado, se refere à maneira como uma pessoa sente que deveria ou gostaria de ser e não como se percebe ou se avalia, na realidade. Tem origem na formação do ego ideal, segundo a Teoria Psicanalítica:

[...] o terceiro componente da estrutura da personalidade freudiana, o superego, se desenvolve bem cedo na infância, quando são assimiladas as regras de conduta ensinadas pelos pais, mediante um sistema de recompensas e punições. Os comportamentos errados (que produzem punição) se tornam parte da consciência da criança, que é uma parte do superego. Comportamentos corretos (que são recompensados) se tornam parte do ego ideal da criança, a outra parte do superego (SCHULTZ, 1998, p.345).

Shultz (1998), enfatiza a importância da diferença entre o autoconceito real e o autoconceito ideal, com vista à obtenção de dados de auto-aceitação do individuo. Uma diferença pequena poderá ser um bom indicador de que o indivíduo se aceita como é, traduzindo-se tal fato por uma maior aceitação e ajustamento pessoal.  

CONSTITUINTES DO AUTOCONCEITO
Burns (1982, p.3), ao se referir ao autoconceito geral, destaca uma ampla gama de palavras a ele associadas, “uma vasta gama de designações – auto-imagem, auto-descrição, auto-estima, etc, que têm vindo a ser utilizadas para referenciar a imagem que o individuo tem de si mesmo”. Contudo, em sua opinião, estes termos são designações excessivamente estáticas para uma estrutura dinâmica e avaliativa como é o autoconceito. Desta forma, o autoconceito torna-se visível e se expressa a partir dos seus elementos constituintes: a auto-estima; as auto-imagens; a auto-eficácia; as identidades; o autoconceito real e o autoconceito ideal.

A AUTO-ESTIMA
 Vaz Serra (1988, p.5), “refere-se à auto-estima como um dos constituintes do autoconceito mais importantes e com maior impacto na prática”. E acrescenta que tal conceito é entendido como o processo avaliativo que o individuo faz das suas qualidades ou dos seus desempenhos. É, portanto, o constituinte afetivo do autoconceito, em que o individuo faz julgamentos de si próprio, associando à sua identidade sentimentos valorativos do “bom” e do “mau”.

A forma como nos sentimos é algo que afeta profundamente todos os aspectos de nossa vida, desde a maneira como agimos no ambiente de trabalho, como na vida pessoal. Muitos dos dramas que vivemos em nossa vida são reflexos das visões que temos de nós mesmos. 

 Segundo Branden (2001, p. 9), [...] “auto-estima é a soma da autoconfiança com o auto-respeito. Ela reflete o julgamento claro da nossa capacidade de lidar com os desafios da vida, respeitando e defendendo os próprios interesses e necessidades”.

Já para Moysés (2001, p.17), “auto-estima é o ato de gostar e confiar em si mesmo”. Desenvolver a auto-estima é ter a certeza absoluta de que somos merecedores da felicidade e somos capazes de enfrentar a vida com mais confiança e otimismo, nos ajudando a atingir nossas metas. Quanto maior a nossa auto-estima, maiores serão as nossas possibilidades de sermos criativos em nosso trabalho.

A auto-estima nos inspira a obter resultados e nos permite sentir prazer e satisfação diante de nossas realizações. Partilha-se das idéias de Branden (2001, p.11), quando ele aponta a sua visão de auto-estima: “Quanto maior a nossa auto-estima, mais alegria teremos pelo simples fato de ser, de despertar pela manhã, de viver dentro dos nossos próprios corpos. São essas as recompensas da nossa autoconfiança e do nosso auto-respeito”.

 Como melhor explicar a relação entre autoconceito e auto-estima? Diz Salvador (2000):

A maioria dos autores da atualidade faz distinção entre autoconceito e auto-estima. Enquanto o autoconceito faz referência ao conhecimento que a pessoa tem de si mesma – sei que sou bom desenhando -, a auto-estima implica uma avaliação afetiva do próprio eu, isto é, como a pessoa se sente em relação aos diferentes atributos ou dimensões que comporta o seu autoconceito – agrada-me o meu aspecto físico; sinto-me feliz tal qual sou (p.97).

É nesse sentido que os teóricos da Programação Neurolinguística vão enfatizar a força do pensamento e da linguagem ao destacarem que o que o indivíduo pensa, diz e sente a seu respeito, vai resultar na sua auto-estima. Quando ele pensa algo a seu respeito, está criando uma auto-imagem sua. A sua auto-estima é como ele se sente a respeito do que vê e diz de si, para si mesmo.

 Escuta-se muito falar sobre auto-estima, mas nem sempre é claro o porquê da sua importância. Na realidade, o conceito que a pessoa tem de si mesma influencia todas as suas experiências de vida. A construção de uma boa auto-estima "não é um remédio para todos os males", mas é indiscutível que se sentir bem com relação a si mesmo é um ingrediente fundamental para ter força e segurança para enfrentar os novos desafios da vida. Se levarmos em conta que se enfrenta, cotidianamente, novas situações e que nem sempre nos sentimos confiantes, é útil ter auto-estima suficiente para encarar estas mudanças.

Ter uma auto-estima fortalecida não significa que nunca nos sentiremos deprimidos, confusos ou ansiosos, mas ter um bom autoconceito é um passo fundamental para que alguém venha a se sentir autoconfiante e poder contar com seus próprios recursos para superar um momento difícil. As pessoas com baixa auto-estima, em geral, têm problemas de adaptação a mudanças, pois não têm certeza se podem contar consigo mesmas em determinadas situações.

 Levando-se em conta que o nosso autoconceito pode se modificar em função das nossas experiências, a PNL advoga a responsabilidade de fazê-lo evoluir positivamente, e faz uso da sugestão de algumas estratégias de fortalecimento. Desde a maneira como se cuida do próprio corpo, até mudanças de determinados padrões de pensamentos. Essa abordagem acredita, no que se refere aos pensamentos, que eles são utilizados para a criação de determinados hábitos responsáveis pela interpretação e percepção da realidade. Pensamentos negativos tendem a abalar o sentimento de auto-valorização, uma vez que desencadeiam sentimentos que minam a autoestima. Para a PNL, isto não passa de um mau-hábito que pode ser mudado, sendo importante conhecer estes padrões de pensamento para avaliar como se podem ter novas e melhores opções de perceber a realidade – mudança de programação mental.

 Outro conceito fundamental que esta abordagem oferece para a manutenção da autoestima é a assertividade. Ter um comportamento assertivo significa tomar as suas próprias decisões sobre o que se irá ou não fazer e aceitar as consequências e a responsabilidade pelo próprio comportamento. Ser assertivo supõe ser autêntico e estar disposta a defender as ideias de maneira clara e em contextos apropriados. Com autoestima, tem-se autoconfiança para ser como se é, e ser capaz de se expressar de acordo com as próprias opiniões. Exprimir com clareza os próprios desejos e necessidades não garante que uma pessoa seja sempre bem-sucedida, mas é um meio de fortalecer a sua autoestima na medida em que ela passa a assumir o controle de sua própria vida, de acordo como os seus próprios padrões e não com os dos outros.
 Outra orientação da PNL é o aprendizado em lidar com críticas. Quando o perfeccionismo é levado ao extremo, ele se torna um inimigo da autoestima: a pessoa procura seguir padrões irreais, está constantemente se desvalorizando e nunca sente que o que pensa ou faz está suficientemente bom. Abstraindo-se as reações emocionais que as críticas podem provocar, o que fere a autoestima não é só a avaliação em si, mas também a forma como ela é feita. Na grande maioria, pode-se ser apanhado de surpresa quando menos se espera.
A atividade profissional também pode ser uma fonte de realização e pode fortalecer a autoestima. O ser humano está sempre sujeito a mudanças e desafios e só se tem autoconfiança para se responder eficazmente "ao novo" quando se é capaz de se libertar de hábitos irrelevantes. Não se trata de fazer mudanças sem nenhum tipo de critério. A ideia é criar uma "mudança produtiva": mudar o que é necessário para a adaptação a uma nova situação, ao mesmo tempo em que manter estáveis alguns dos aspectos que se considera importantes 

na vida. Segundo Branden (1999), o relacionamento que você constrói (seja com seus clientes, com seu pessoal, amigos ou qualquer outra pessoa) não é “imutável”. Se você não o cultivar, ele se perde. 

Para Branden (1999), quando o funcionário termina uma tarefa, ou seu cliente compra um produto, para cultivar este relacionamento, é importante considerar isto como o início de uma nova etapa, não descartando o cliente, mas investindo nele.
        
Mais uma vez estabelecendo uma correlação entre a Programação Neurolinguística e a Psicanálise, abordagens opostas em suas fundamentações, mas onde se podem encontrar referenciais sobre o tema em estudo, observa-se, na visão psicanalítica, que esse processo de fortalecimento do autoconceito e da autoestima não ocorre de modo tão linear, como produto estímulo-resposta. Muito antes, pelo contrário. Um sentimento de inadequação pessoal, de desvalorização ou de baixo autoconceito (e consequente baixa autoestima) precisa ser visto em suas causas geradoras, para, a partir daí, ter início um processo de resgate e reconstrução, que se faz de modo lento e gradual, com o apoio terapêutico de profissional capacitado. 

A teoria psicanalítica situa as raízes da personalidade nos conflitos que se travam no interior das três estruturas mentais: o id, o ego e o superego e na resolução dos conflitos em vários estágios de desenvolvimento. O comportamento de uma pessoa, em qualquer momento, será governado por forças diretamente atribuíveis a esses fatores. [...] O alvo da terapia está no examinar as defesas do paciente trazer seus conflitos para a luz. Uma vez que os conflitos possam ser identificados e as defesas derrubadas, o problema poderá ser, então, visto em sua verdadeira natureza e ocorre o insight, quando a tensão passa a ser aliviada através da exploração a fundo dos conflitos (PECK & WHITLOW, 1976, p.33).
                 
Com o apoio de dois diferentes referenciais teóricos, pode-se perceber o quanto um mesmo tema pode ser visto, analisado e tratado de diferentes maneiras, refletindo a responsabilidade de uma investigação mais ampla para evitar uma leitura simplista do assunto enfocado.

AS AUTO-IMAGENS
Continuando a caracterização dos fatores constituintes do autoconceito, destacam-se as autoimagens que são os resultado das percepções que brotam quando o individuo é, ele mesmo, objeto da sua própria observação. Para Vaz Serra (1986, p.5), “ao fazer uma auto-observação, não é a percepção de determinada autoimagem que tem interesse na condução de uma determinada estrutura, mas sim a organização e a distribuição hierárquica em relação a outras autoimagens”. Desse modo, o individuo hierarquiza as várias autoimagens ao redor de si, estabelecendo relações entre elas. Segundo Moysés (2001):

Quando você pensa algo a seu respeito, está criando uma autoimagem sua. Quando você diz algo para você, a seu respeito, está criando um autoconceito. A sua autoestima é como você se sente a respeito do que vê e diz para si mesmo (p. 18).

 A AUTO-EFICÁCIA
Outro constituinte do autoconceito é a auto-eficácia, cujas origens estão no conceito de “Self”, de William James, de 1890. Refere-se às auto-percepções, a partir das quais o individuo é levado a acreditar e confiar na sua capacidade e eficácia para enfrentar o meio ambiente com efetividade e êxito. “Todo pensamento tende a ser parte de uma consciência pessoal” (JAMES, 1890, apud FADIMAN, 1986, p.153).  Portanto, segundo James (1890), não existe uma consciência individual independente da pessoa a quem pertence essa consciência. Há, apenas, o processo de pensamento assim como é experienciado ou percebido por um indivíduo. Desta forma, a aprendizagem e o rendimento de uma criança, em sua fase inicial de estudos, pode vir a ser indicador de uma futura percepção de auto-eficácia, onde pode ser fundamental levar a criança a confiar em suas capacidades. A noção de eficiência pessoal – auto-eficácia – significa a confiança no funcionamento de nossa mente, em nossa capacidade de pensar, refletir escolher e decidir. É a confiança em nossa capacidade de entender os fatos da realidade que fazem parte dos nossos interesses e necessidades. É, portanto, uma autoconfiança cognitiva. 

 Segundo James (apud FADIMAN, 1986, p.164), “o self é aquela continuidade pessoal que cada um de nós reconhece cada vez que acorda”. James descreve várias camadas do self:
  • Self Material: é a camada material do self e inclui as coisas com as quais nos identificamos.
No mais amplo sentido possível, o self de um homem é a soma total de tudo o que ele pode chamar de seu, não apenas seu corpo e suas forças psíquicas, mas suas roupas e sua casa, sua esposa e seus filhos, seus ancestrais e amigos, sua reputação e seu trabalho, suas terras e seus cavalos, os iates e as contas bancárias. Todas essas coisas lhe dão as mesmas emoções. Se elas crescem e prosperam, ele se sente triunfante; se elas mínguam e desaparecem, ele se sente deprimido – não necessariamente no mesmo grau por todas as coisas, mas na maioria das vezes da mesma forma para todas (JAMES, 1890, apud FADIMAM, 1986, p..164).
  • Self Social: “O Self Social de um homem é o reconhecimento que ele tem por parte de seus companheiros” (JAMES, 1890, apud FADIMAN, 1986, p. 164). Nesse sentido, engloba todos os papéis sociais por ele desenvolvido, ao longo de sua vida, bem como o sucesso ou fracasso a eles associado, consistentes ou inconsistentes, reais ou imaginários, mas, igualmente poderosos para o conceito subjetivo de auto-eficácia.
  • Self Espiritual: É o ser interior e subjetivo de uma pessoa – o elemento ativo de toda consciência que fala de “um continuo de consciência cósmica [...] dentro do qual nossas várias mentes mergulham como se dentro de um mar-mãe ou de um reservatório” (JAMES, 1890, apud FADIMAN, 1986, p.165).
       
Nesse sentido, a auto-eficácia vai estar na razão direta da disposição que temos para nos ver como pessoas merecedoras de respeito e capazes de enfrentar os desafios básicos da vida. 


 AS IDENTIDADES
Segundo Vaz Serra (1988, p.5), “qualquer pessoa pode ter, dentro de si, várias identidades; aquela a que dedicar mais tempo e atenção é a que, numa escala classificativa, se encontra na posição hierárquica mais elevada”. Este conceito se correlaciona com o self social de James:

Uma pessoa pode ter muitos ou poucos selves sociais, consistentes ou inconsistentes, mas, o que quer que eles sejam, ela se identifica com cada um deles na situação apropriada. James sugere que o curso adequado de uma ação é escolher um e, sobre ele, alicerçar a vida. Todos os outros selves, daí em diante, se tornam irreais, mas o destino deste self é real. Seus fracassos são reais, seus triunfos, triunfos reais (JAMES, 1890, apud FADIMAN, 1986, p. 164).

As identidades, segundo Salvador (2000), estão sendo objeto de estudos recentes que ampliam a noção de autoconceito, incluindo a percepção que a pessoa tem sobre o que chegará a ser.

A expressão possível eu (possibles selves), proposta por Markus e Nurius descreve, de maneira acertada, essa ideia interessante. Existe, segunda a opinião desses autores, uma variedade de possíveis eu: o eu que a pessoa espera ser, o eu que a pessoa desejaria ser, o eu que a pessoa consegue ser ou, até, o eu que a pessoal gostaria de chegar a ser (1986 p.97).

 Falar sobre a construção da identidade é entrar em contato, também, com a contribuição dos estudos de Erikson (apud HALL – LINDZEY, 1984):

Sem dúvida, as contribuições mais significativas de Erikson podem ser reunidas sob dois títulos: 1) teoria psicossocial do desenvolvimento – da qual emerge uma concepção ampliada do ego – e  2) estudo psico-históricos  - em que aplica sua teoria psicossocial à vida de homens famosos (p.65).

 Analisar a formação do autoconceito e da autoestima sob a ótica de Erikson, significa destacar a associação dos termos psicossocial e desenvolvimento. Essa associação aponta no sentido de que os estágios da vida de uma pessoa, do nascimento à morte, são determinados por influências sociais que interagem com um organismo em amadurecimento físico e psicológico. Nas palavras de Erikson (apud HALL & LINDZEY, p.65), há uma adaptação mútua entre o indivíduo e o ambiente, ou seja, entre a capacidade de um indivíduo para se relacionar com um espaço vital formado por pessoas e instituições e em contínua expansão, de um lado, e a disposição manifestada por essas pessoas e instituições no sentido de tornar o indivíduo parte da cultura, de outro lado.

A teoria psicossocial do desenvolvimento de Erikson apresenta, dentre os conceitos mais conhecidos, os de identidade, crise de identidade e confusão de identidade. Esses conceitos vão estar presentes nos estágios de desenvolvimento por ele apontados, trazendo repercussões para a dinâmica de funcionamento pessoal de cada sujeito, conforme a qualidade das relações interpessoais estabelecidas. Assim, segundo Hall & Lindzey (1984), a relação confiança básica X desconfiança básica surge no primeiro estágio de vida, fornecendo a base inicial da identidade psicossocial.

O primeiro estágio de vida - a primeira infância – é o estágio da ritualização numinosa. Para Erikson, numinoso significa a percepção do bebê da presença consagrada da mãe, de seu olhar, sustentação, toque, sorriso, alimentação, chamado e outros “reconhecimentos” que ele sente virem de sua mãe.[...] O reconhecimento do bebê pela mãe confirma e assegura o bebê sobre si mesmo e sobre a reciprocidade com a mãe. A falta do reconhecimento pode causar o alheamento na personalidade da criança; uma sensação de separação, abandono e inadequação (p.68/ 69).

Durante os próximos estágios de desenvolvimento, sempre via mediação das figuras significativas, a criança vai conquistando sua autonomia, superando a vergonha e a dúvida, aprendendo com os outros o que é esperado, a partir do momento em que principia a julgar-se e aos outros, diferenciando o certo do errado, distinguindo “o nosso jeito”, do jeito do outro. Experiência situações de iniciativa, lida com situações de culpa, testa sua competência, corre o risco de desenvolver sentimentos de inferioridade, quando é ou é levada a sentir que é incapaz de dominar as tarefas que lhes são atribuídas pelos pais e professores, até o estágio adolescente cuja tarefa básica é a construção de uma identidade própria, o sentimento de que é um ser humano único capaz de desempenhar seus próprios papéis sociais.

Devido à difícil transição da infância para a idade adulta, e também à sensibilidade às mudanças sociais e históricas, o adolescente, neste estágio de formação da identidade, sofre talvez mais do que nunca uma confusão de papéis ou uma confusão de identidade. [...] Também é especialmente perturbador o desenvolvimento da identidade negativa, ou seja, do sentimento de se possuir um conjunto de características potencialmente ruins ou desprezíveis.(HALL & LINDZEY, 1984, p.71 / 72).

 A construção da identidade adolescente, se, por um lado, sofre toda a influência das fases anteriores, vai ter repercussões, de diferentes ordens, nas etapas subsequentes, quando as relações entre pessoas de diferentes identidades suscitam a percepção da adequação ou não das próprias características individuais, gerando abertura para a intimidade ou mobilizando o isolamento social. Nesse estágio, o autoconceito, a autoimagem e a autoestima serão mobilizados como fatores de facilitação ou não da vida associativa e, mais adiante, da própria produtividade.


CONSIDERAÇÕES FINAIS
 Na conclusão deste estudo, parece-nos bastante evidente o papel de relevo do autoconceito e da autoestima na formação e construção de nossa subjetividade – eles se configuram valores importantes para que se possa viver melhor, pessoal ou profissionalmente, respondendo aos desafios e às oportunidades de maneira mais apropriada.

 Percebemos o quanto a autoestima é uma necessidade presente na nossa vida e o quanto ela influi no modo como nós agimos no local de trabalho, como lidamos com as pessoas e, sobretudo, como desenvolvemos uma atitude de respeito e consideração para conosco mesmo. 

Por outro lado, percebemos que o tema é abordado por autores de diferentes linhas teóricas, sendo que a maioria dos livros sobre o assunto apresenta uma concepção de base behaviorista, cuja marca está presente na Programação Neurolinguística, por meio dos conceitos de “tela mental”, “modelagem”, “estímulos”, “programação / reprogramação mental”, “força do pensamento”, dentre outros.

 Percebemos, ainda que, para os teóricos desta abordagem, é possível mudar um quadro de baixa autoestima, com uma reprogramação mental, onde a linguagem é o instrumento maior de comando das ideias e mudanças de expressões. O contato inicial com esta abordagem pode gerar formulações de cunho bastante linear, prescritivo e, até certo ponto, simplista, diante da complexidade do assunto.

No entanto, aspectos da Teoria Psicanalítica, de Freud, além da Teoria Psicossocial de Erikson, tornam possível ampliar e aprofundar as raízes da formação dos processos de autoconceito e autoestima. Fica, então, a percepção que, devido à complexidade de que eles se revestem em suas raízes, e dependendo do nível de comprometimento com que se expressem na dinâmica da personalidade, é importante tratá-los segundo processos terapêuticos de maior verticalidade em seus pressupostos e práticas.

 Enfatiza-se, na conclusão deste estudo, a importância da autoestima na vida do indivíduo, até nas suas relações como cidadão. Pessoas com baixa autoestima não se consideram merecedores de benefícios que lhes são de direito e, portanto, submetem-se ao que lhes é imposto, sem sequer questionarem a justiça ou adequação das situações. Vivem uma vida de concordância passiva diante do que lhe é imposto, por não se perceberem potentes para argumentação em contrário. E, assim, desenvolvem um círculo perverso que os bloqueiam em termos de crescimento e auto-superação. 
 
Por outro lado, percebemos que o individuo com sua autoestima elevada e com bom autoconceito é capaz de sentir-se autoconfiante para superar momentos difíceis de sua vida. Dessa forma, o individuo é capaz, também, de ter autoconfiança para ser ele mesmo e ser capaz de se expressar de acordo com suas próprias opiniões, no seu ambiente de trabalho, em suas relações interpessoais, em suas relações consigo mesmo.

Outro aspecto importante a ser destacado é a capacidade que a autoestima saudável confere ao sujeito de aprender a lidar com as criticas que venham a surgir, sem sucumbir a elas, sem menosprezá-las, mas dando-lhes a devida dimensão de feedback para auto-ajuste e crescimento. 

Nos dias atuais, este é um dos grandes desafios dentro de organizações competitivas, que solicitam pessoas capazes de se colocar de forma assertiva, argumentativa, proativas e conscientes de sua potência pessoal.
Nesse sentido, o maior desafio das empresas é atrair pessoas com um perfil positivo, além de buscar meios de valorizar seus funcionários, fortalecendo sua autoestima, promovendo situações de estimulação pessoal e funcional.

Para que os lideres de organizações não escolares desenvolvam a satisfação de seus funcionários, é importante que eles promovam o reconhecimento e a importância que cada um tem. Para que isso aconteça, esses mesmos lideres precisam perceber que cada um tem, dentro de si, suas próprias motivações, sendo necessário percebê-las para desenvolvê-las.
  
Acredita-se que para isso acontecer é necessário que o líder esteja em harmonia com a realidade que o cerca, estando disponível para todos os acontecimentos favoráveis para o melhoramento da empresa. O líder deve preparar seus funcionários para vencer desafios e estar aberto para o novo, mostrando que eles são capazes e que precisam, continuamente, investir em seus próprios talentos. Essas pessoas com reconhecimento e motivadas têm mais condições de dizer o que realmente é importante para que a empresa cresça e produza melhor.

As investigações sobre os teóricos estudados, realizada no decorrer do presente artigo, demonstram que o sucesso de uma empresa depende de uma cultura que estimule, em seus funcionários, a força de vontade, uma autoestima elevada, criatividade e, principalmente, o comprometimento e a participação de todos os trabalhadores. 

Percebe-se a importância de contar com trabalhadores satisfeitos e realizados no trabalho. Por meio da conciliação de interesses, a organização torna-se produtiva e competitiva, enquanto a satisfação funcional promove a cooperação e a interdependência de esforços.

 É importante destacar, nestas considerações finais, que as investigações realizadas apontam para a correlação positiva entre autoconceito, autoestima, motivação e produtividade funcional.

Importante, ainda, é destacar que esses processos são construções sociais da subjetividade, enfatizando a importância da atuação das figuras de mediação no desenvolvimento humano.

Acredita-se, portanto, que o caminho para a produtividade dos funcionários deve ser aberto nas empresas por meio da preocupação com motivar e incentivar a participação de todos e de cada um, por meio do reconhecimento dos talentos e das competências pessoais / profissionais, como forma de fortalecimento do autoconceito e da autoestima que geram, como visto, satisfação, motivação e sentimentos de autovalorização, todos imprescindíveis para o crescimento dos que fazem uma organização.
   
Nestas considerações finais, portanto, ficam registrados os ganhos pessoais com este estudo e o sentimento de que as relações interpessoais são fundamentais para o desenvolvimento humano. É por meio das relações com figuras mediadoras significativas que o ser humano constrói sua subjetividade, direcionando suas percepções sobre si próprio para caminhos que podem ser saudáveis ou não. 

Toda essa construção se reflete em sua estória pessoal e profissional, interferindo em seus relacionamentos e direcionando suas ações. Na base do processo humano, dos êxitos ou fracassos, dos encontros ou desencontros, está a centelha inicial do autoconceito e da autoestima. 

O pedagogo, ao trabalhar em organizações não escolares, é um profissional de relevância na estimulação da autoestima dos funcionários. Seu papel de facilitador de relações interpessoais deve lhe conferir possibilidades de escuta, observação e ação efetivas, quando se observa um clima organizacional de insatisfação ou descomprometimento.

Sua formação pedagógica e sua responsabilidade no planejamento, acompanhamento e avaliação de projetos educacionais podem ser um poderoso instrumento de acompanhamento da vida funcional dos empregados, promovendo estratégias para seu desenvolvimento, quando percebê-lo inadequado em cargos ou funções. 

Muitas vezes, um bom programa de capacitação profissional abre caminho para a autopercepção de competências pessoais nunca antes imaginadas. A sensibilidade do pedagogo em “descobrir” talentos ocultos pode ser fundamental para o resgate de um autoconceito em baixa e a instauração de uma autoestima saudável no ambiente organizacional.

Por isso, espera-se que este estudo possa vir a ser relevante para todos os que trabalham com pessoas, acreditam no potencial de crescimento dos indivíduos e se dispõem a investir nesta permanente construção.




* O TEXTO ENCONTRA-SE EM SEU FORMATO ORIGINAL. ERROS GRAMATICAIS E DISTORÇÕES SÃO DE RESPONSABILIDADE DO AUTOR.

Nenhum comentário:

Postar um comentário