sábado, 6 de novembro de 2010

A LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS - MITOS





MITO 1

A língua de sinais seria uma mistura de pantomima e gesticulação concreta, incapaz de expressar conceitos abstratos.

Tal concepção declara que os sinais não são símbolos arbitrários como as palavras, mas carregam uma relação icônica ou representacional de seus referentes. No entanto, vários estudos concluíram que as línguas de sinais expressam conceitos abstratos. Pode-se discutir sobre política, economia, matemática, física, psicologia em uma língua de sinais, respeitando-se as diferenças culturais que determinam a forma de as línguas expressarem quaisquer conceitos.


MITO 2


Haveria uma única e universal língua de sinais usada por todas as pessoas surdas.


Essa concepção ainda faz parte do senso comum. As pessoas normalmente perguntam se as línguas de sinais não são universais. Cada país apresenta sua respectiva língua de sinais. A língua de sinais americana é diferente da língua de sinais brasileira, assim como estas diferem da língua de sinais britânica, da língua de sinais francesa, e assim por diante.



MITO 3

Haveria uma falha na organização gramatical da língua de sinais, que seria derivada das línguas de sinais, sendo um pidgin sem estrutura própria, subordinado e inferior às línguas orais.


Em relação a essa concepção, pode-se comprovar que as línguas de sinais são completamente independentes das línguas faladas nos países em que são produzidas. Um exemplo disso são as diferenças entre as línguas de sinais brasileira e portuguesa, apesar dos respectivos países em que são usadas pelas comunidades surdas falarem a língua portuguesa. Assim sendo, é um erro pensar que as línguas de sinais são subordinadas às línguas faladas.


MITO 4

A língua de sinais seria um sistema de comunicação superficial, com conteúdo restrito, sendo estética, expressiva e lingüisticamente inferior ao sistema de comunicação oral.

A alegação de empobrecimento lexical nas línguas de sinais surgiu a partir de uma situação sociolingüística marcada pela proibição e intolerância em relação aos sinais na sociedade e, em especial, na educação. Entretanto, sabe-se que tais línguas desenvolvem itens lexicais apropriados a situações em que são usados. À medida em que as línguas de sinais garantem maior aceitação, especialmente em círculos escolares, registra-se aumento no vocabulário denotando referentes técnicos.


MITO 5

As línguas de sinais derivariam da comunicação gestual espontânea dos ouvidos.

A idéia de que as línguas de sinais não são línguas, mas sim apenas “gestos” que se originam na comunicação gestual espontânea, e portanto, universal, inferior e limitada, advém de longa data, quando acreditava-se que a linguagem estava associada à capacidade do ser humano de “falar”. Essa concepção histórica perpassou os preceitos religiosos e as questões político-sociais. As igrejas ensinavam os surdos a falarem para que esses confessassem sua fé., caso contrário, estariam fadados à queimar no inferno. Pelo contrário, obrigou-se o uso da fala, mesmo sendo essa bastante limitada, não produtiva e, na maioria das vezes, sem significado para o surdo.



MITO 6

As línguas de sinais, por serem organizadas espacialmente, estariam representadas no hemisfério direito do cérebro, uma vez que esse hemisfério é responsável pelo processamento de informação espacial, enquanto que o esquerdo, pela linguagem.


Bellugi e Klima (1990) apresentam resultados de pesquisas com surdos co m lesões nos hemisférios esquerdo e direito do cérebro. As pesquisas mostraram que aqueles com lesão no hemisfério direito tinham condições de processar todas as informações lingüísticas das línguas de sinais, mesmo sendo essas visuo-espaciais. Por outro lado, os surdos com lesão no hemisfério esquerdo tinham condições de processasr as informações espaciais não-lingüísticas, mas não conseguiam lidar com as informações lingüísticas. Portanto, tais estudos indicaram que as línguas de sinais são processadas no hemisfério esquerdo, assim como quaisquer outras línguas. Esse estudo comprova que a linguagem humana independe da modalidade das línguas.


POR: Ronice Muller de Quadros e Lodenir Becker Karnopp

2 comentários:

  1. bom dia a todo meu nome e henrique eu tenho amigo qui e mudo ele fala com migo tendo quase nada so algumas coisa qui eu entendo queria ter algumas saula pra mim aprender

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    1. olá henrique,
      tentando responder à sua pergunta, primeiro quero fazer uma correção em relação ao seu comentário através de uma pergunta: "seu amigo é mudo ou surdo?"
      há uma diferença brutal entre ser surdo e ser mudo.
      mudo é aquele q tem problemas no aparelho fonador (cordas vocais) ou ainda, devido a um trauma, câncer, ou outras razões, parou de falar
      surdo é aquele q não escuta e, por consequência não fala
      o surdo não pode ser considerado mudo pq suas cordas vocais funcionam. ele tem condições a emitir sons normalmente, basta q seja estimulado. o surdo q não fala, isto é, oraliza/ verbaliza não o faz pq nao foi estimulado, pois, como nao escuta, como irá reproduzir algo q não sabe como é?
      nós, seres humanos, somos assim: associamos as coisas através da cópia, da observação, então no caso do surdo fica difícil reproduzir um som q nunca ouviu, concorda?
      bom, mas se ele for mudo mesmo, primeiro terá q passar por um tratamento terapêutico para verificar a causa dessa mudez e ver se há condições de algum dia vir a falar.
      no caso de aulas de libras q vc solicita, aqui no blog, há alguns artigos, vídeos e reportagens q podem te ajudar.
      no you tube vc tb encontra muuuuuuuuuuuita coisa boa.
      mas, se vc quer mesmo aprender libras, o mais importante é verificar se na sua cidade há cursos de libras presenciais e aprender a língua com um profissional surdo
      quem sabe até levar seu amigo para fazer tb, pq para ele é fundamental
      e, caso não encontre, na internet sempre oferecem cursos à distância... seria uma opção válida.
      boa sorte em sua busca.

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