domingo, 22 de maio de 2011

SURDOS PROTESTAM CONTRA A INCLUSÃO EDUCACIONAL


POR: Viviane Gonçalves

Comunidade surda e simpatizantes participam hoje de passeata e audiência pública a favor da escola bilíngue para surdos. Eles protestam contra as mudanças na política nacional de educação, que prevê a inclusão educacional dos surdos


Uma passeata, seguida por audiência pública na Assembleia Legislativa, dará inicio à série de manifestações a favor da educação e da cultura surda. Hoje, a partir das 8 horas, cerca de 800 surdos, familiares, amigos e simpatizantes da causa, devem se reunir para reivindicar as mudanças propostas no Plano Nacional de Educação (PNE), que institui a integração dos surdos nas escolas comuns. A concentração será em frente ao Instituto Cearense de Educação de Surdos (ICES).

A principal divergência está relacionada justamente à inclusão educacional dos surdos. A representante da Comissão Municipal da Pessoa com Deficiência, Vanessa Vidal, explica que a presença do surdo em uma escola comum traz diversos malefícios. “Essa proposta de alteração é um absurdo. É importante que o surdo se identifique com seus pares. Não somos contra a inclusão social, mas defendemos que a educação infantil dos surdos seja feito na escola bilíngue para surdos”, afirma.

O professor universitário e representante da Associação de Surdos do Ceará, Willer Cysne, ressalta que essa é uma garantia que já foi conquistada através da legislação. A lei 10.436/2002 oficializa a língua de sinais e a lei 5.626/2005 rege essa educação. “Estão querendo promover um retrocesso. Não queremos que todas essas conquistas se percam”, pontua.
Fortaleza será a primeira capital brasileira a discutir essa implementação nacional da educação para surdos. “A educação para surdos no Ceará está de acordo com nossas expectativas, mas temos medo que a imposição de uma mudança nacional mude nosso panorama local”, avisa.
 


Professor
Atualmente, existem cerca de 60 professores graduados em letras/libras. E outros 60 em curso. “Eles estão aptos a ensinar com uma metodologia específica, que vai proporcionar o máximo de desenvolvimento para a criança surda”, garante.

Através da experiência pessoal, Vanessa explica que o surdo necessita ter acesso pleno à sua língua materna (Libras) para interagir melhor em sociedade. “Quando estudei em escola comum não conseguia acompanhar os estudos e interagir com os outros alunos”, desabafa. Ao mudar para a escola bilíngue, a situação melhorou, segundo ela.

Outra questão é sobre qual o profissional que se tornaria referência para o aluno, o professor habilitado ou o tradutor. “Estamos preocupados em garantir e priorizar o acesso à informação através da língua de sinais em um ambiente onde o surdo não seja minoria”, complementa Willer.


ENTENDA A NOTÍCIA

Comunidade surda é contra a inclusão educacional proposta pelo MEC. Passeata e audiência pública hoje alertam para os prejuízos dos surdos estudarem em escola comum. O movimento é a favor da educação bilíngue para surdos.

SAIBA MAIS
Hoje, será realizada passeata e audiência pública contra a inclusão educacional de surdos. A concentração será às 8 horas, em frente ao Instituto Cearense de Educação de Surdos (Ices), na rua Rui Barbosa. Os manifestantes seguem para a Assembleia Legislativa, onde ocorre audiência pública às 9h30min.
 

Na próxima quinta -feira, 19, haverá manifestação em frente ao MEC, em Brasília. Na sexta-feira, haverá passeata do Museu Nacional até o Planalto Central, em Brasília.





TEXTO COPIADO NA ÍNTEGRA - OS ERROS DE ESCRITA E DISTORÇÕES QUE POSSAM HAVER EM RELAÇÃO À REALIDADE SURDA, FAZEM PARTE DA PRÓPRIA REPORTAGEM

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