O sonho está prestes a ser realizado, mas a história já ganhou todos
os seus contornos de conto de fadas. Tudo graças a um singelo bilhete
que chegou às mãos de Fred, ainda em Florianópolis, há uma semana, o que
tocou profundamente o capitão tricolor. E aquele simples pedaço de
papel, com uma força incrível, lhe foi entregue pessoalmente pela
pequena Maria Clara, de apenas 6 anos. Ninguém poderia imaginar o que
viria a acontecer a partir daquele encontro.
No colo da mãe, Maria Clara, que é deficiente visual, entregou ao
camisa 9 uma cartinha em braile, dizendo que seu sonho era um dia entrar
em campo com Fred. Naquele momento, o atacante deixava o hotel rumo ao
Estádio Orlando Scarpelli. Seria apenas mais um gesto de adoração de uma
fã. Seria, se aquilo não tivesse sensibilizado tanto um jogador que não
costuma ter piedade de zagueiro algum. Com Maria Clara na cabeça, ele
fez três dos quatro gols da goleada sobre o Figueirense.
Após o jogo, o craque revelou o que tinha lhe acontecido momentos
antes de mais uma apresentação épica no Brasileiro. Por meio da lente de
uma câmera de TV, pediu, ao vivo para todo o Brasil, que a família da
menina entrasse em contato com o Fluminense para que Maria Clara pudesse
vir ao Rio para entrar em campo com seu ídolo, no clássico contra o
Vasco. E o clube atendeu o pedido. Conseguiu o contato da família e,
prontamente, trouxe Maria Clara, o pai, Alan, e a mãe, Fabiana, para
realizar o sonho da mais nova guerreirinha tricolor.
Na chegada, na tarde de sexta-feira, cada um deles logo recebeu uma
camisa tricolor personalizada, presente do departamento de marketing do
Fluminense. Devidamente trajados, seguiram para a Urca, Zona Sul do Rio,
para conhecerem o Instituto Benjamin Constant, tradicional instituição
de ensino para deficientes visuais. Mas o primeiro dos grandes momentos
da viagem desta família de Tubarão (SC) estava guardado para o fim do
dia: o reencontro de Fred e Maria Clara, no saguão do hotel onde a
delegação se concentra.
E Fred já sabia o que lhe aguardava. Seu sorriso era fácil e seus
olhos brilhavam à procura de Maria Clara assim que o ônibus tricolor
chegou ao hotel, logo após o treino da tarde. Entrou na recepção,
caminhou alguns metros, passou por uma árvore de Natal, mas o presente
não estava ali. Como uma menina sapeca, Maria Clara preferiu se
esconder. E, ao ouvir a sua voz ao fundo, Fred a encontrou. O reencontro
foi daqueles cinematográficos: um abraço emocionante, um beijo
apaixonante e a emoção de uma família que parecia não acreditar no que
estava acontecendo.
Como retribuição ao bilhete que recebeu, que parecia premiado com
três gols do artilheiro e uma vitória importantíssima rumo ao
tetracampeonato brasileiro, Fred fez questão de entregar uma carta a
Maria Clara, com os seguintes dizeres em braile: “Maria Clara. Para ser
um Guerreiro, não basta ter bola, chuteira, uniforme e vontade de
vencer. A força está no espírito de luta e no coração. Obrigado por
fazer o meu bater mais forte nesta reta final. Grande beijo,
Guerreirinha. Ass: Fred.” Uma forma de agradecimento que levou os pais e
os presentes às lágrimas.
Mas era apenas o começo. Neste sábado, o trio esteve nas Laranjeiras
para acompanhar um treino do Time de Guerreiros e conhecer as
dependências do clube. Bastou os torcedores presentes à arquibancada
social perceberem a presença de Maria Clara para o assédio começar.
Todos queriam uma foto com a mais nova mascote tricolor. Já é uma
celebridade. Ao final das atividades, um novo encontro. Fred foi até a
beira do campo para buscar sua mais nova fã, que já o aguardava. De mãos
dadas, os dois caminharam pelo gramado, onde Fred apresentou sua amiga a
todos os jogadores.
- Será um dia inesquecível para a Maria Clara, mas o privilegiado
aqui sou eu. De vez em quando acontecem coisas como essa na nossa vida.
Temos apenas que agradecer todo esse carinho. É um prazer receber ela e
seus pais aqui no Fluminense – comentou Fred, que logo em seguida
entregou à Maria Clara uma camisa 9 oficial, com o nome do atacante às
costas escrito em braile, além de vários produtos licenciados do
Fluminense, como toalha, almofada, caneca, caneta…
No entanto, esse sonho ainda não terminou. Aliás, ele nem sequer foi
realizado ainda. Como a própria Maria Clara escreveu no bilhete que
entregou a Fred ainda em Florianópolis, a realização da sua vida seria
entrar em campo com o ídolo. E o grande dia está próximo. Neste domingo,
será ela a felizarda que estará no colo do atacante na entrada em campo
para o clássico contra o Vasco. Um jogo decisivo. Se na capital
catarinense ela esteve num estádio pela primeira vez e o seu time goleou
por 4 a 0, e o seu queridinho fez três gols, o que esperar da partida
no Engenhão?
Quantos gols Fred fará e quanto será o jogo, ninguém sabe. A bola
ainda vai rolar. Certo, mesmo, é que o capitão tricolor já marcou um
golaço ao realizar o sonho de uma menina que vê a vida de maneira igual a
qualquer outra criança. Assim como ela, não desiste dos sonhos e,
diante de toda sua ingenuidade, cativa e conquista as pessoas. Ganhou
Fred, ganhou o Fluminense, ganhou vários admiradores. Que a equipe possa
entrar em campo e vencer. E que Fred, como ela exigiu, possa fazer ao
menos um gol e comemorar do jeitinho como sua fã pediu, cantando “O Fred
vai te pegar! O Fred vai te pegar!”
Isso é futebol, isso sim é solidariedade!!!
FONTE: http://www.fluminense.com.br e Grupo Girassol de Solidariedade
Mais uma contribuição de minha querida amiga Lindalva Madeira
ResponderExcluirmuitíssimo obrigada!
bjs para vc, amiga!!!