Um estudante de 21 anos ficou cego do olho direito após confronto com a
polícia em uma manifestação contra o aumento da passagem de ônibus em
Teresina, no Piauí. A tarifa passou de R$ 1,90 para R$ 2,10 no dia 2 de
janeiro.
Hudson Christh Silva Teixeira, estudante de filosofia da UFPI
(Universidade Federal do Piauí), participava do protesto no dia 10 de
janeiro, na avenida Frei Serafim, uma das principais da cidade, quando a
Polícia Militar começou a dispersar os manifestantes.
Segundo seu pai, Ribamar Rodrigues, 43, que também participava da
manifestação, o jovem estava saindo do local quando resolveu voltar e
ajudar um grupo que havia ficado para trás.
Policiais teriam então lançado uma bomba de efeito moral aos pés do
estudante. De acordo com o pai, o tênis de Hudson foi destruído e o pé
ficou inchado. Um estilhaço atingiu o rosto do estudante e o deixou cego
do olho direito. A narina direita foi rasgada. Além dos ferimentos no
pé e no rosto, Ribamar conta que Hudson tem marcas de bala de borracha
pelo corpo.
De acordo com o pai, os médicos dizem que é possível que o quadro de
Hudson seja temporário e a cegueira diminua. O jovem deve passar por
nova avaliação médica na sexta-feira (20). A Folha não conseguiu falar com o estudante nesta quarta-feira.
A família pretende entrar com processo contra o Estado. Segundo a
advogada Adonyara Azevedo, do Fórum Estadual de Defesa do Transporte
Público, que está prestando assistência às vítimas do confronto, o caso
de Hudson foi o mais grave, mas outros manifestantes também ficaram
feridos e devem entrar na Justiça.
"Podemos inclusive acionar órgãos internacionais, porque o que aconteceu
aqui é uma afronta ao Estado Democrático de Direito, uma afronta aos
direitos humanos. As pessoas estavam sentadas, não teve um ônibus
queimado, era uma manifestação pacífica, e o Estado agiu de forma
truculenta sem nenhuma necessidade", diz Adonyara.
No dia do confronto, oito manifestantes foram presos. Quantro deles foram liberados dois dias depois.
A Polícia Militar do Piauí afirmou por meio de sua assessoria de
imprensa que vai investigar se o estudante ficou realmente cego e se o
problema foi de fato causado por uma bomba de efeito moral. A polícia
frisou, porém, que o problema de visão de Hudson é temporário.
A corporação afirma ainda que a ação do dia 10 de janeiro foi planejada
para desobstrução da avenida Frei Serafim, que estava tomada pelo
protesto. Segundo a PM, como os manifestantes não saíram, a Tropa de
Choque foi acionada.
Segundo a assessoria, a corregedoria da polícia está investigando se
houve abuso de policiais na ação contra os manifestantes, com base
principalmente em imagens de segurança. Os vídeos também foram
disponibilizados ao Ministério Público, diz a PM.
FONTE: http://www.folha.uol.com.br/
* O TEXTO ENCONTRA-SE EM SEU FORMATO ORIGINAL. ERROS GRAMATICAIS E DISTORÇÕES SÃO DE RESPONSABILIDADE DO AUTOR.
Nenhum comentário:
Postar um comentário