domingo, 8 de abril de 2012

O MAIOR INIMIGO DO GLAUCOMA É O USO INADEQUADO DE COLÍRIO


Apesar das diversas formas de terapias clínicas empregadas no tratamento do glaucoma, esta doença ainda figura entre as principais causas de cegueira no mundo, constituindo um grande problema de saúde pública. Avaliações recentes sobre o impacto desta patologia demonstraram que representa a segunda causa de cegueira em todo o mundo. Só nos Estados Unidos, devido ao envelhecimento populacional, é estimado que haverá 50% mais glaucomatosos nos próximos 15 anos, mostrando que esta é uma doença de elevado impacto econômico para a sociedade.

Por ser uma patologia crônica, o glaucoma apresenta problemas de fidelidade ao tratamento, que é influenciado por fatores como conhecimento sobre a doença, técnica correta de instilação e o custo das medicações.

Doença x tratamento

O glaucoma é causado pelo aumento da pressão intra-ocular, geralmente devido a um bloqueio do fluído no interior do olho. Com o tempo, isso causa dano ao nervo óptico e, se não for devidamente tratado, leva à perda gradual e irreversível da visão. A doença, apontada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como a principal causa de cegueira irreversível, atinge cerca de 65 milhões de pessoas em todo o mundo – cerca de 3 milhões só nos Estados Unidos. No Brasil, além de cerca de 1 milhão de glaucomatosos, existe um potencial enorme de portadores sem diagnóstico.

Os fatores de risco são histórico familiar, pressão intra-ocular elevada, idade, diabetes, lesões oculares, descendência hispânica ou africana e uso prolongado de esteróides.

O glaucoma é uma doença crônica que não tem cura, mas na maioria dos casos pode ser controlada com tratamento adequado e contínuo. Quanto mais precoce for o diagnóstico, maiores são as chances de se evitar a perda da visão. O tratamento clínico inicial é feito com colírios que baixam a pressão intra-ocular. A terapia com laser é indicada quando o tratamento com o colírio não é capaz de conter os níveis elevados de pressão. O procedimento cirúrgico é a ultima opção de tratamento.

A instilação inadequada de colírios, além do prejuízo na terapêutica anti-glaucomatosa, implica em elevado custo do tratamento, fator este que limita ainda mais a aderência do paciente ao tratamento, com conseqüente insucesso terapêutico. O simples fato de instilar duas gotas de colírio, ao invés da única recomendada pelo oftalmologista, duplica o preço do tratamento se agregar valor terapêutico. Uma avaliação do custo real do tratamento do glaucoma demonstrou que pacientes em tratamento clínico para o glaucoma gastam em média 11% da renda familiar mediana anual.

O estudo, realizado com o objetivo de identificar as principais variáveis que interferem na instilação correta do colírio anti-glaucomatoso, objetivando intervir nestes fatores para que o paciente possa usufruir de um tratamento mais eficaz e menos dispendioso, concluiu que 60% dos pacientes que participaram da mostra instilam o colírio de forma inadequada devido a falta de orientação, ardor produzido pela droga (65%), além da falta de uma pessoa para colocar o colírio.


Fonte: Instituto da Visão - UNIFESP


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