Autismo é
um transtorno global do desenvolvimento. Trata-se de uma alteração
comportamental que afeta a capacidade de comunicação dos indivíduos.
Algumas crianças, apesar de autistas, apresentam
inteligência e fala intactas, outras apresentam sérios retardos no
desenvolvimento da linguagem. Alguns parecem fechados e distantes,
outros presos a comportamentos restritos e rígidos padrões de
comportamento. Certos adultos autistas são capazes de ter sucesso
na carreira profissional. Porém os problemas de comunicação e
sociabilização frequentemente causam dificuldades em muitas áreas das
suas vidas.
Tratamento
O autismo é um transtorno que nunca desaparece completamente, porém
com os cuidados adequados o indivíduo se torna cada vez mais adaptado
socialmente. Intervenções apropriadas iniciadas precocemente podem fazer
com que alguns indivíduos melhorem de tal forma que os traços da doença
ficam imperceptíveis para aqueles que não conheceram o desenvolvimento
desses indivíduos.
O sucesso do tratamento depende não só do empenho e
qualificação dos profissionais responsáveis, mas também dos estímulos
feitos no ambiente familiar.
Quanto mais a família souber sobre o tratamento do autismo, melhor para
o desenvolvimento global dos pacientes – de modo geral, crianças.
O caso impressionante
Carly Fleischmann era uma menina autista,
incapaz de se comunicar com o mundo exterior. Pelo menos isso era o que
se pensava a respeito dela, até que completou 11 anos da idade, quando
algo impressionante aconteceu. Algo realmente extraordinário,
envolvendo uma garota diagnosticada como deficiente mental. Uma coisa
que pode ajudar a esclarecer o mistério desse transtorno tão desafiador para a ciência humana.
Nascida em Toronto, no Canadá, quando ela completou dois anos de
idade, ficou claro que não acompanhava o desenvolvimento da sua irmã
gêmea. O pai de Carly, Arthur Fleischmann, comentou: “Quando
dizem a você que sua filha tem um atraso mental e que, no máximo
atingirá o desenvolvimento de uma criança de seis anos, é como se você
levasse um chute no estômago.” Ele e sua esposa receberam o diagnóstico de autismo para Carly e esperaram pelo pior.
Desesperança
As duas filhas gêmeas caminhavam em direções opostas. Os primeiros
anos de Carly foram terríveis. Parte desses atrasos mentais a impediam
de andar e até de sentar. Carly estava perdida em seu próprio mundo. Os
pais faziam tudo o que podiam para ampará-la. Desde os 3 anos, as
terapias eram intensivas e sem interrupção. Eram 40 a 60 horas de
terapia semanais. De três a quatro terapeutas trabalhavam com a menina
diariamente e, quando os pais não viam resultados em uma certa abordagem
terapêutica, logo procuravam outra. Eles nunca desistiram da filha,
pelo contrário, conversavam com ela, estimulavam-na, olhavam-na no fundo
dos olhos e diziam poder enxergar a inteligência dela.
Mas, se havia realmente inteligência em Carly, como explicar do seu
constante balançar, dos braços agitados e das birras constantes? E ela
não conseguia falar nada! Jamais poderíamos esperar que ela tivesse
comunicação com o mundo exterior. O perfil clínico dela era o de uma
criança com autismo severo e moderado retardo mental. Alguns amigos
diziam a Arthur: “Veja, você está gastando milhares de dólares com todos esses tratamentos, sem nenhum resultado!” Era fácil pensar que interná-la era a melhor alternativa. Mas Arthur insistia: “Como um pai e uma mãe podem desistir da sua própria filha?”
O inesperado
Os progressos de Carly, ao longo de meses e anos, eram lentos e
frustrantes. Até que um dia, quando ela tinha 11 anos, foi até o
computador e fez algo totalmente inesperado. Algo que quebrou para
sempre o silêncio do seu mundo secreto. Ela estava muito agitada e
escreveu a palavra DOR. Em seguida escreveu AJUDA e
saiu correndo para vomitar no banheiro. Os pais de Carly perguntaram a
uma das terapeutas da menina o que ela achava do ocorrido. Ela respondeu
que aquilo demonstrava que havia muito mais coisas acontecendo na mente
da garota do que eles podiam imaginar. Para Arthur e sua esposa foi um
momento extremamente marcante. Eles nunca tinham ensinado palavras a
Carly e muito menos a digitá-las no computador. Eles mal podiam
acreditar no que acontecera, pois ela nunca tinha escrito nada antes.
Expectativa
Todos estavam ansiosos e esperavam que ela voltasse a escrever alguma
coisa no computador. Mas Carly recusava-se a escrever novamente e
exibia os mesmos comportamentos estranhos que levavam a pensar em
retardamento mental. Decidiram então adotar uma estratégia: se Carly
desejasse alguma coisa, teria que digitar no computador, para conseguir.
Se quisesse saber alguma coisa ou ir a algum lugar, teria que digitar,
sem a ajuda de ninguém. Meses depois, ela recomeçou a escrever. Ela
entendeu que, se comunicando, tinha poder sobre o ambiente que a
cercava. E as coisas que ela escrevia eram impressionantes! Por exemplo:
“Sou autista, mas isso não me define. Conheça-me, antes de me julgar. Sou bonita, engraçada e gosto de me divertir. Ela explicava também os seus comportamentos estranhos. Bater a cabeça, por exemplo. “Se eu não bater a cabeça, parece que vou explodir. Tento não fazer isso, mas não é como apertar um botão” –ela escreveu certo dia. “Eu sei o que é certo e errado, mas é como se eu lutasse contra o meu cérebro o tempo todo.” Ela não escondia seus desejos e frustrações: “Eu
queria poder ir à escola como uma criança normal, mas não quero que
fiquem com medo de mim, se eu bater na mesa ou gritar. Eu gostaria de
apagar esse fogo dentro de mim” – ela digitou.
Finalmente, alegria
Arthur ficou radiante por poder, finalmente, se comunicar com a filha. Ele declarou: “Parei de olhar para ela como uma pessoa incapaz e passei a vê-la como uma adolescente sapeca!”.
Junto da sua irmã gêmea, é fácil considerar Carly como mentalmente
comprometida, mas somente até perguntar alguma coisa a ela. Por exemplo,
uma das terapeutas lhe perguntou: “Por que os autistas tapam os ouvidos, balançam as mãos e fazem sons estranhos?” Ela respondeu imediatamente: ”É
a nossa maneira de drenar a entrada sensorial que nos sobrecarrega.Nós
criamos ‘outputs’ (saídas) para bloquear ‘inputs’ (entradas de
informações)” O cérebro de Carly se sobrecarrega com sons, luzes, sabores e aromas. Ela explica: “Nossos
cérebros são conectados de forma diferente.Nós absorvemos muitos sons e
conversas ao mesmo tempo e isso, às vezes incomoda. Eu tiro centenas de
fotos de uma pessoa quando olho para ela. Por isso, é difícil ficar
olhando para alguém durante muito tempo.”
Coisas incríveis
Arthur diz: ”Nesses dois anos em que temos nos comunicado com
ela, ela nos disse coisas impressionantes, coisas que nos deixam
perplexos, tipo ‘Querido papai, adoro quando você lê para mim. Sei que
eu não sou a menina mais fácil de cuidar deste mundo, mas você está
sempre me dando forças. Te amo.’ Eu perderia todas as minhas noites de
sono para ouvir isso, gastaria todo o nosso dinheiro simplesmente para
ouvir isso.” Alguém perguntou a Arthur o que foi que Carly escreveu que mais o deixou emocionado. “Você não faz ideia como é ser assim como eu. Eu queria que, pelo menos por um dia, você pudesse ficar dentro do meu corpo.” – ele respondeu.
Atualmente, Carly está escrevendo um romance, tem um blog, usa o twitter
e responde as perguntas de muitas pessoas. Ela agora sabe que tem uma
voz que pode ajudar outras crianças e olha para si mesma como alguém que
pode marcar o mundo e mudar muitas vidas. Ultimamente, ela postou a
seguinte mensagem: “O que posso dizer a todos é que NÃO DESISTAM. Suas vozes internas encontrarão saída para tudo. A minha encontrou!”
FONTE: http://www.vocesabia.net
* O TEXTO ENCONTRA-SE EM SEU FORMATO ORIGINAL. ERROS GRAMATICAIS E DISTORÇÕES SÃO DE RESPONSABILIDADE DO AUTOR.
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