O diagnóstico do TDAH em adultos não pode ser
firmado por uma única via de investigação, sendo assim, os testes
psicológicos vem a ser elementos auxiliares, de utilidade quando se
investigam distúrbios de aprendizado ou de deterioração mental para fins
de diagnóstico diferencial ou comorbidade (Nadeau, 1995).
Tendo em vista que o TDAH é um transtorno que
mostra uma disfunção executiva, acredita-se que instrumentos
neuropsicológicos que avaliem esta disfunção possam auxiliar no
diagnóstico dos adultos, mesmo que ainda não haja pesquisas relevantes
neste sentido (é importante salientar que outros transtornos também
alteram as funções executivas). Segue-se uma lista de instrumentos que
avaliam aspectos neuropsicológicos que possam auxiliar neste
diagnóstico. Alguns destes instrumentos não estão traduzidos ou mesmo
validados para uso no Brasil, conforme Resolução nº 02/2003 do Conselho
Federal de Psicologia. Aqueles que estão liberados para uso no Brasil
estão marcados com um asterisco e aqueles que estão em processo de
análise estão marcados com dois asteriscos. As entrevistas, por sua vez,
não necessitam submeter-se a este processo de avaliação.
1. AHA (Assessment of Hyperactivity and Attention):
É uma escala breve de auto-avaliação, tipo entrevista semi-estruturada,
baseada nos critérios do DSM-IV (Mehringer, Downey, Schuh, Pomerleau,
Snedecor & Schbiner, 2002).
2. WCST- Wisconsin*:
teste de classificação de cartas de Wisconsin, com o objetivo de avaliar
o raciocínio abstrato, e a habilidade para trocar estratégias
cognitivas como resposta a eventuais modificações ambientais. Pode ser
considerada uma medida da função executiva, que requer habilidade para
desenvolver e manter estratégias de solução de problemas que implicam
trocas de estímulos. O WCST freqüentemente é utilizado como teste do
funcionamento frontal e pré-frontal. Desta maneira, qualquer
irregularidade médica ou psicológica que desorganize as Funções
Executivas total ou em parte se torna sensível a este instrumento de
avaliação (Cunha, Trentini, Argimon, Oliveira, Werlang, Prieb, no prelo;
Soprano, 2003).
3. D-2 Teste de Atenção Concentrada*:
Teste de cancelamento que tem como objetivo a medida de atenção
concentrada, da capacidade de concentração e análise da flutuação da
atenção. Examina, então, distúrbios da atenção (Brickenkamp, 2002;
Spreenh & Strauss 1998).
4. Teste Stroop de Cores e Palavras:
Tem como objetivo avaliar a presença de comprometimentos pré-frontais,
que aparecem sempre que o indivíduo apresentar uma dificuldade para
inibir respostas previamente aprendidas, o chamado “efeito Stroop”. A
tarefa proposta pelo teste indica que o sujeito nomeie as cores e não as
palavras. Ou seja, diga quais são as cores das palavras (Rohde, Mattos
& colaboradores,2003).
5. Figuras Complexas de Rey**:
Teste de cópia e reprodução de memória de figuras geométricas complexas
que visa avaliar a atividade perceptiva e a memória visual, verificar o
modo como as crianças aprendem os dados perceptivos que lhe são
apresentados e o que foi conservado espontaneamente pela memória (Rey,
1999).
6. MINI International Neuropsychyatric Interview (M.I.N.I):
é uma entrevista diagnóstica padronizada breve (15-30 minutos),
elaborada de acordo com os critérios do DSM-III/IV e da CID-10, que se
destina a utilização na prática clínica e na pesquisa. Foi traduzida e
adaptada por Amorim (2000). Pode ser aplicado na clínica como um exame
complementar, permitindo a coleta sistemática de informações necessárias
para o estabelecimento de hipóteses diagnósticas. Trata-se de um
instrumento indicado para melhorar a precisão do diagnóstico de diversos
transtornos mentais, que no caso do TDAH auxilia na avaliação das
comorbidades.
7. Torre de Londres, Torre de Hanói e Torre de Toronto:
A Torre de Hanói é um instrumento neuropsicológico no qual o sujeito
determina a ordem de movimentos necessários para colocar quatro
cilindros coloridos de acordo com a posição inicial. As condições para a
realização dos movimentos são de mover os cilindros um de cada vez, e
não pode ter um cilindro em cima do outro em tamanho menor. A Torre de
Londres e de Toronto são similares à Torre de Hanói (Saboya, Franco
& Mattos, 2002).
8. Teste Visomotor de Bender**:
Técnica constituída por nove desenhos geométricos, utilizando pontos,
linhas retas e curvas, ângulos, numa variedade de relações. É uma medida
de maturação visomotora ou perceptual e investiga alterações do
desenvolvimento neurológico, problemas de ajustamento e triagem de
comprometimento orgânico-cerebral (Cunha & col., 1993).
9. IMO- Índice de Memória de Operacional do WAIS III- Escala de Inteligência Wechsler para Adultos Terceira Edição*:
O Índice de Memória de Trabalho é composto pelos dos subtestes
Aritmética, Dígitos e SNL – Seqüência de Números e Letras – do WAIS III.
Este instrumento avalia a capacidade para atentar-se para a informação,
mantê-la e processá-la e em seguida dar uma resposta (Primi, 2002).
10. Tavis 2-R*: Trata-se de um
instrumento computadorizado para avaliação da atenção desenvolvido e
normatizado no Brasil, caracterizando-se como um teste neuropsicológico
(Cruz, Alchieri & Sarda, 2002). O teste avalia aspectos diferentes
da atenção (atenção seletiva, alternância e sustentação da atenção). A
aplicação restringe-se atualmente a crianças e adolescentes.
11. Escalas Beck*: O
Inventário de Depressão de Beck e o Inventário de Ansiedade de Beck
podem ser usados como medida de auto-avaliação de depressão e ansiedade
(Cunha, 1993, 2001). As duas escalas podem ser úteis no sentido de
auxiliar a identificação das comorbidades.
Testes projetivos e de personalidade como
HTP, TAT, Rorschach, Zulliger, IFP, entre outros, podem ajudar no
diagnóstico diferencial, identificando as comorbidades, apesar de Cruz e
colaboradores (2002) afirmarem que não existem pesquisas que sustentam o
uso dos instrumentos projetivos para a avaliação do transtorno.
Exames de neuroimagem (tomografia,
ressonância magnética ou SPECT cerebral) podem ser pesquisados (Rohde,
2000). Contudo, o eletroencefalograma dos portadores de TDAH não
apresenta anormalidades típicas capazes de auxiliar o diagnóstico,
embora se tenha conhecimento de que nesses pacientes pode aparecer um
traçado anormal, com alterações inespecíficas (Cabral, 2003).
FONTE: http://www.psicologiananet.com.br/
* O TEXTO ENCONTRA-SE EM SEU FORMATO ORIGINAL. ERROS GRAMATICAIS E DISTORÇÕES SÃO DE RESPONSABILIDADE DO AUTOR.
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