sábado, 18 de junho de 2011

INCLUSÃO SOCIAL

 


POR: Luana Curi 

Têm sido grandes os progressos nas áreas de diversidades, com melhores oportunidades educacionais e maiores a disponibilidade de informações necessárias a educadores que ensinam grupos diversos. Entretanto, a promoção de ambientes flexíveis e sensíveis às necessidades singulares dos mesmos; não é tarefa fácil no âmbito da educação nem da sociedade em geral.

A inclusão abrange conceitos importantes como respeito, apoio, e possui um valor social que se considerado desejado, torna-se um desafio no sentido de conduzir esse processo de interação.

Não existe um conjunto de práticas estáticas, mas sim um conjunto de ações e relações dinâmicas entre todos os envolvidos.

Para que se promova a inclusão é necessário o envolvimento de todos os membros da nossa sociedade.

Quando apenas o portador de necessidades especiais é “jogado” dentro da sociedade, a qual não esta preparada para recebê-lo, dentro de uma escola que não tem um preparo pedagógico e nem um espaço físico apropriado, há na realidade uma exclusão dos mesmos.

Incluir requer interagir, inserir, e principalmente conhecer e aprender com o outro, vendo nele um ser capaz de participar de todo o processo social exercendo sua cidadania, com os direitos e deveres de qualquer outro cidadão, que apenas espera a oportunidade de mostrar suas experiências, sua vivencia e sua competência.  

Só haverá inclusão quando as pessoas começarem a levantar a bandeira e realmente fazer a diferença, alastrando-a para todos os âmbitos e esferas da nossa sociedade.

A nossa capacidade de entender e reconhecer o outro é que nos dará o privilégio de conviver e compartilhar com pessoas diferentes de nós e será a responsável pelo sucesso ou fracasso da inclusão. A educação inclusiva acolhe todas as pessoas, sem exceção, seja para o estudante com deficiência física, para os que têm comprometimento mental, para os superdotados, para todas as minorias e para a criança que é discriminada por qualquer outro motivo.

As condições políticas já estão determinadas, mas ainda estão sendo preparadas as estratégias para que ela aconteça na prática; é necessário ainda dar competência técnica e capacitar as escolas, o mercado de trabalho como também a sociedade em geral. 

A inclusão é tão difícil para quem é incluído como para quem inclui, já que o conhecimento e a interação entre ambas as partes se torna necessária para sua compreensão e realização em um contexto mais profundo. 

Como incluir? Todos se perguntam. Impossível? De forma alguma, é possível a partir do momento que começamos trabalhar nossas próprias diferenças, pois, com ou sem necessidades especiais, somos diferentes uns dos outros. Precisamos entender que estar junto é se aglomerar como no cinema, no ônibus e até na sala de aula com pessoas que não conhecemos. Já inclusão é estar com, é interagir com o outro.

Reconhecer e aceitar e conviver com as diferenças é o primeiro passo. Sabemos que é um processo cheio de imprevistos, sem fórmulas prontas e que exige aperfeiçoamento constante.

Do ponto de vista burocrático, cabe ao corpo diretivo buscar orientação e suporte das associações de assistência, das autoridades médicas e especializadas.

Mas o que fazer do ponto de vista pedagógico?

Há 110 mil alunos com alguma deficiência estudando em escolas regulares, segundo o Inep. O Censo 2002 mostra que a inclusão vem ganhando espaço desde 1998, aumentou 135%, mas ainda é minoria. Cerca de 340 mil crianças com deficiência, onde a mental é a mais comum, seguida da auditiva, da visual e da física, estão segregadas.

Algumas dicas para a inclusão educacional:
  • Inclusão do aluno com deficiência visual
Para dar condições de aprendizagem a um aluno cego, a escola precisa ter uma sala de apoio com atendimento especializado. A batalha por esse recurso é um trabalho em equipe.

Vemos que a nossa realidade não é essa. O que fazer se você recebe um aluno com deficiência visual e a escola não tem sala de apoio? A tarefa não é fácil e a batalha pela implantação da sala deve acontecer dia sim, outro também. Enquanto esse passo não se concretiza, é necessário que a escola busque pelo menos o apoio pedagógico em instituições especializadas. 

O uso do PDI (plano de desenvolvimento individual) é de extrema importância já que são através dele que vão se dar as primeiras providencias que neste caso é diferenciar a cegueira da baixa visão, o que vai determinar a estratégia adequada para receber o aluno. O diagnóstico deve partir de um oftalmologista. Se o aluno for cego, as alternativas para o professor regente, sem o apoio de um especialista, são bastante limitadas. Ainda assim, é possível aproximar-se do aluno, observando e valorizando os sentidos que ele usa com mais habilidade.

O diagnóstico de baixa visão indica o que se chama de quantidade de visão. Mas não se devem definir as ações em sala de aula com base somente nessa informação. Quantidade não significa funcionalidade. Por isso, é igualmente necessário conhecer bem o aluno. O professor pode perceber o que ele faz realmente com a visão e, assim, saber quais são os limites de suas ações. É preciso acreditar na possibilidade visual do aluno. Quem tem baixa visão, por exemplo, lê caracteres ampliados. No quadro, as letras precisam ser grandes. Já o texto dos livros precisa ser transcrito no caderno do aluno. O ditado também é um bom caminho.
  • Inclusão do aluno com deficiência mental: missão de toda a escola
Por acontecer em níveis muito variados, a deficiência mental pede um trabalho de inclusão individualizado. Porém, socializar, adaptar o currículo e apostar na autonomia do aluno é tarefa que precisa ser abraçada por todos na escola. O aluno com necessidade especial está sempre adquirindo conhecimento, mesmo que não seja o formal.

A socialização que ele aprende na escola lhe traz algo essencial, a autonomia.

Se o professor percebe que o verdadeiro papel da escola é o de despertar diversos conhecimentos, a ansiedade com o aluno especial diminui.

A tarefa de incluir um portador de deficiência mental não pode ser solitária. A inclusão é missão de toda a escola, que deve assumir a situação e verificar que condições possui ou não, o que pode e não pode fazer. 


"Inclusão não é entregar o aluno especial para a professora que tem mais jeitinho". Após a matrícula, toda equipe deve se reunir para pensar na socialização do aluno, na adaptação curricular, na participação da família, nas parcerias com postos de saúde e com escolas especiais. É preciso criar um projeto pedagógico orientado para a inclusão.
  • Inclusão do aluno com deficiência auditiva
A deficiência auditiva é uma das mais difíceis de conseguir a inclusão, necessita de cuidados ainda mais especiais, por possuir identidade diferente, cultura própria e linguagem própria reconhecida e oficializada, se torna necessário que o conhecimento a respeito desta deficiência seja mais aprofundado.

Reconhecida como meio legal de comunicação e expressão, a Língua Brasileira de Sinais (Libras) é cada vez mais necessária na sala de aula.

O professor ou qualquer outro especialista que acompanha a inclusão deve sim fazer um curso especifico de inclusão de deficientes auditivos para se interar da comunidade surda e sua linguagem. Sem estes conhecimentos é impossível uma comunicação e sem a comunicação impossível o aprendizado.
  • Inclusão do aluno com deficiência física
Quando se vai receber um aluno com deficiência física é necessário conhecer o tipo de deficiência que ele apresenta e adaptar a escola de acordo com as necessidades do aluno especial.

Cada deficiência tem sua peculiaridade. Uma pessoa com baixa visão provocada pelo deslocamento de retina não pode levar uma bolada no rosto, pois corre o risco de ficar cega.

Pessoas com síndrome de down são mais dispersas e, portanto, precisam de aulas mais dinâmicas.

A peculiaridade da chamada necessidade especial de natureza intelectual é que ela não é mensurável, como nos casos da deficiência visual e auditiva. Não existe padrão, cada um responde a um estímulo. Por isso, para a criança com necessidade especial, acessar e construir conhecimento o professor deve conhecer a história do aluno, reconhecer o que ele sabe como aprende e estudar a deficiência, envolver a família e estabelecer vínculos, considerando que ele ainda não aprendeu, mas pode fazê-lo.

Nada disso faz sentido se você não acreditar que o aluno com deficiência tem potencialidades e capacidade para estar junto com os demais alunos e aprender em igualdade de condições. A busca por essas condições não pode ser solitária.

Um grande problema enfrentado ainda pela inclusão é o movimento de resistência através da força corporativa de instituições especializadas, principalmente em deficiência mental. Muita gente continua acreditando que o melhor é excluir, manter as crianças em escolas especiais, que dão ensino adaptado. Mas já avançamos. Hoje todo mundo sabe que elas têm o direito de ir para a escola regular. Estamos num processo de conscientização.

A escola tem que ser o reflexo da vida externa ao seu meio. O grande ganho, para todos, é viver a experiência da diferença. Se os estudantes não passam por isso na infância, mais tarde terão muita dificuldade de vencer os preconceitos. A inclusão possibilita aos que são discriminados seja pela deficiência, pela classe social ou pela cor, que por direito, ocupem o seu espaço na sociedade. Se isso não ocorrer, essas pessoas serão sempre dependentes e terão uma vida cidadã pela metade.
Você não pode ter um lugar no mundo sem considerar o do outro, valorizando o que ele é e o que ele pode ser. 



* O TEXTO ENCONTRA-SE EM SEU FORMATO ORIGINAL. ERROS GRAMATICAIS E DISTORÇÕES SÃO DE RESPONSABILIDADE DO AUTOR.

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