Surdo desde nascença, Zupan joga com aparelho no ouvido, mas também aprendeu a ler lábios.
Assistindo a um jogo da Eslovênia, é possível perceber que há um jogador que destoa do resto do time. Usa uma faixa na testa. Se atira atrás das bolas mais do que os outros. Comete erros bisonhos e recebe broncas carinhosas. Olhando de bem mais perto, ele se distingue ainda mais: Miha Zupan é surdo dos dois ouvidos desde que nasceu.
“Don peak english”, disse Miha Zupan ao ser abordado pelo UOL Esporte após a vitória da Eslovênia sobre a Tunísia, no sábado. Ele prometeu retornar do vestiário com um intérprete em cinco minutos. Não voltou. No dia seguinte, foi lembrado da promessa. E, desta vez, cumpriu-a.
Quando, após a primeira pergunta, entendeu do que se tratava, deu uma risada. Nos últimos anos, a cada campeonato, repete-se o tema. Apesar disso, aparentemente a repetição do assunto não o irrita. Ele responde calmamente às questões.
“No começo, tive alguns problemas com o aparelho”, disse, logo depois de exibir os dispositivos que utiliza acoplados às duas orelhas durante as partidas. “Mas a tecnologia evoluiu demais, a cada ano os aparelhos estão melhores. Consigo ouvir perfeitamente a torcida e as instruções do técnico”.
Enquanto falava sobre a primeira palavra que conseguiu ouvir –“Miha, provavelmente, porque uso aparelho desde que sou criança”-, houve uma prova real sobre o funcionamento de seus aparelhos. Alguém deixou cair algo em uma sala ao lado. Ouviu-se um estrondo. Tradutor e repórter imediatamente viraram-se para olhar. Talvez meio segundo depois, ele repetiu o gesto.
Ele não depende exclusivamente dos aparelhos para se comunicar. Aprendeu a ler lábios. Não foi tão difícil quanto aprender a falar. “Tive que me esforçar muito para aprender a falar. E acho que precisamente essa lição, de trabalhar constantemente por algo que precisava, que ajudou a forjar minha personalidade e a me aperfeiçoar no basquete”, disse em entrevista ao site oficial da Euroliga o ala-pivô, que só começou no esporte aos 14 anos –completará 28 em setembro.
Em quadra, Zupan é o típico jogador cuja energia contagia o time. Contra os EUA, mergulhou em uma bola perdida. Caiu sobre a placa publicitária, mas conseguiu um passe que deixou o companheiro Hazan Rizvic debaixo da cesta para a enterrada. Pouco depois, deu um “airball” (chute que não acerta o aro) que irritou seu técnico.
Ala-pivô, que joga basquete desde os 14 anos, tem contribuído com 4,7 pontos e 3 rebotes por partida
Enquanto falava sobre a primeira palavra que conseguiu ouvir –“Miha, provavelmente, porque uso aparelho desde que sou criança”-, houve uma prova real sobre o funcionamento de seus aparelhos. Alguém deixou cair algo em uma sala ao lado. Ouviu-se um estrondo. Tradutor e repórter imediatamente viraram-se para olhar. Talvez meio segundo depois, ele repetiu o gesto.
Ele não depende exclusivamente dos aparelhos para se comunicar. Aprendeu a ler lábios. Não foi tão difícil quanto aprender a falar. “Tive que me esforçar muito para aprender a falar. E acho que precisamente essa lição, de trabalhar constantemente por algo que precisava, que ajudou a forjar minha personalidade e a me aperfeiçoar no basquete”, disse em entrevista ao site oficial da Euroliga o ala-pivô, que só começou no esporte aos 14 anos –completará 28 em setembro.
Em quadra, Zupan é o típico jogador cuja energia contagia o time. Contra os EUA, mergulhou em uma bola perdida. Caiu sobre a placa publicitária, mas conseguiu um passe que deixou o companheiro Hazan Rizvic debaixo da cesta para a enterrada. Pouco depois, deu um “airball” (chute que não acerta o aro) que irritou seu técnico.
Ala-pivô, que joga basquete desde os 14 anos, tem contribuído com 4,7 pontos e 3 rebotes por partida
Nesta segunda, foi titular contra a Croácia. Nervoso, foi substituído em três minutos, depois de uma andada e outro “airball”. Dois quartos depois, conseguiu acertar dois arremessos de três pontos. Entretanto, nos segundos finais, cometeu uma falta boba em cima de Popovic, quando o jogo estava praticamente ganho, levando o rival para a linha do lance livre. Levou um pito homérico do técnico Mehmed Becirovic e retrucou. A discussão acabou em tapinhas de Becirovic nele.
“Ele sempre energiza o time. E é um cara muito legal. Todos gostamos muito dele”, disse o ala Bostjan Nachbar. “E a cada dia ele melhora”. O armador Goran Dragic também elogia Zupan. “Ele é especial. É inacreditável a coordenação que ele tem em quadra com essa limitação. Sou fã dele, desde o primeiro dia que o vi. Foi uma enorme surpresa. E ele continua nos surpreendendo”.
“Ele sempre energiza o time. E é um cara muito legal. Todos gostamos muito dele”, disse o ala Bostjan Nachbar. “E a cada dia ele melhora”. O armador Goran Dragic também elogia Zupan. “Ele é especial. É inacreditável a coordenação que ele tem em quadra com essa limitação. Sou fã dele, desde o primeiro dia que o vi. Foi uma enorme surpresa. E ele continua nos surpreendendo”.
Zupan é típico jogador cuja energia contagia o time: briga pelas bolas, mergulha na quadra e se dedica.
* O TEXTO ENCONTRA-SE EM SEU FORMATO ORIGINAL. ERROS GRAMATICAIS E DISTORÇÕES SÃO DE RESPONSABILIDADE DO AUTOR.
Fonte: UOL - esporte - Mundial Masculino Basquete
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